quinta-feira, 19 de agosto de 2010

A diferença.

Pude presenciar o desespero de uma mãe quando veio conversar comigo. Confessou-me que não sabe mais o que fazer para que seu filho deixe de ''gazetar aulas'', ser agressivo em casa e na escola... essas coisas de adolescente com problemas e problemas graves... Falou das agressões que vem recebendo e das agressões que também oferece.
Ao olhar nos olhos dela, cheio de lágrimas e sofrimentos, fiquei sem ação, aquela mulher simples, tocou-me profundamente o ''meu ser''. Levei-a até a sala dos professores e dei-lhe um copo d'água para que ela se acalmasse. Ouvi mais uma vez ela falar das suas preocupações, suas tentativas de retomar a aproximidade com seu filho...Fiquei comovida outra vez, alias, só de olhar aquela mulher partia o coração de qualquer um. Respirei fundo, e voltei ao diálogo... Fui logo dizendo que ela podia contar comigo, e que iria tentar ajudar... Comecei falando da minha experiência com meus sobrinhos e alunos que tenho, logo vi voltar um pouco de esperança naquele olhar. Falei que deveria demonstrar o amor que ela sente por ele, que ele precisava saber que o o ama e que estará sempre do seu lado...Não sei se foi um conselho correto, só sei que era o que meu coração mandava que eu falasse...
E realmente sentir que eles precisavam retomar o amor um pelo outro, que ele também estava passando por vários conflitos. Deixei-a com a orientadora pedagógica e sair da sala dos professores, pois, precisei voltar já que iria terminar o meu horário ali naquela sala. Mais tarde ela apareceu na outra sala pedindo que anotasse o meu telefone para depois me ligar caso fosse necesário ou precisasse da minha ajuda.
A tarde transcorreu e eu a pensar no aluno e sua mãe...aliás, nos alunos e mães que passam por essas situações e que muitos não têm a coragem de buscar ajuda.
Sei que na escola ou nas escolas da vida não existe só esse aluno, na verdade acredito que a maioria dos alunos passam por dificuldades e não têm ninguém que os ajudem...Sentir-me impotente, frustada e desanimada..,pois, a realidade é bem mais complexa que se possa imaginar.
Como agir? o que pensar? como ajudar? Ainda não tenho resposta. Mas uma coisa eu sei preciso fazer a diferença, talvez essa diferença possa ser minima, mas, vou fazer...Assim como o beija-flor que busca água para apagar o fogo na floresta, e que todos dizem que ele não vai conseguir, só que se outros também tomar a decisão de apagar o fogo, teremos resultados favoravéis.

Maryedlle.

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